Sunna: A Deusa do Sol
Sunna, também conhecida como Sól, é a personificação do Sol na mitologia nórdica. Ela é uma deusa brilhante e vital, responsável por iluminar o mundo e trazer calor e vida à Terra. Embora não seja tão amplamente conhecida como outros deuses nórdicos como Odin, Thor ou Loki, Sunna desempenha um papel essencial no ciclo natural do cosmos.
Quem é Sunna?
Sunna é filha de Mundilfari, um ser que nomeou seus filhos de acordo com sua beleza e majestade. Ele nomeou sua filha Sól (ou Sunna, em nórdico antigo) em homenagem ao Sol, e seu filho, Máni, em homenagem à Lua. Por sua beleza e importância, Sunna foi escolhida pelos deuses para guiar o Sol em sua carruagem, garantindo o ciclo diurno e trazendo luz ao mundo.
Sunna viaja pelo céu todos os dias, conduzindo o Sol em uma carruagem puxada por dois cavalos, Árvakr ("aquele que acorda cedo") e Alsviðr ("aquele que corre rápido"). Sua tarefa é essencial para o equilíbrio do universo, pois ela mantém a luz solar constante, o que é vital para a sobrevivência da vida na Terra.
A Caçada de Sköll
Sunna não atravessa o céu sem desafios. Ela é constantemente perseguida pelo lobo gigante Sköll, que tenta devorar o Sol. Na mitologia nórdica, acredita-se que os eclipses solares são momentos em que Sköll quase captura Sunna e ofusca a luz. O irmão de Sköll, Hati, persegue a Lua (Máni), e ambos os lobos representam as forças destrutivas que ameaçam o ciclo natural.
Durante o Ragnarök, o fim do mundo na mitologia nórdica, está profetizado que Sköll finalmente conseguirá devorar Sunna, apagando o Sol e mergulhando o mundo em escuridão. No entanto, segundo algumas versões da mitologia, Sunna terá uma filha que herdará seu lugar, continuando o ciclo de luz no novo mundo que surgirá após o Ragnarök.
Simbolismo de Sunna
Sunna representa a luz, a energia vital, e o ciclo da vida. Como deusa do Sol, ela é uma força que garante o crescimento, a renovação e o calor. Sua presença simboliza a ordem cósmica e a estabilidade necessária para a vida florescer. Ela também é vista como uma fonte de esperança e renovação, especialmente durante os longos invernos nórdicos, quando a luz do Sol se torna um símbolo de retorno à vida após meses de escuridão.
Sua perseguição por Sköll, por outro lado, simboliza a luta constante entre a luz e as forças da destruição, um tema comum na mitologia nórdica. O fato de Sunna continuar a correr, mesmo sabendo que eventualmente será capturada, é uma metáfora para a inevitabilidade do ciclo natural da vida e da morte.
Sunna nas Eddas
Sunna é mencionada tanto na Edda Poética quanto na Edda em Prosa, fontes primárias da mitologia nórdica. No Vafþrúðnismál da Edda Poética, Sunna e seu irmão Máni são descritos como responsáveis pelos ciclos diurno e noturno. Já na Gylfaginning, parte da Edda em Prosa, Snorri Sturluson conta sobre o destino de Sunna e a perseguição de Sköll.
Um trecho da Gylfaginning descreve Sunna da seguinte maneira:
"O pai de Sól (o Sol) e Máni (a Lua) era chamado Mundilfari, e ele era tão orgulhoso de seus filhos que os chamou com o nome do Sol e da Lua. Os deuses ficaram ofendidos por sua arrogância e pegaram seus filhos e os colocaram no céu para guiar a carruagem do Sol e da Lua."
Esse relato mostra o papel crucial de Sunna como mantenedora da luz, controlando o Sol e garantindo o equilíbrio do cosmos.
Comparações com Outras Divindades Solares
Sunna é frequentemente comparada com outras divindades solares em mitologias diferentes. Por exemplo:
- Helios na mitologia grega e Sol na mitologia romana também são deidades que personificam o Sol e têm funções semelhantes à de Sunna, conduzindo uma carruagem pelo céu e trazendo a luz ao mundo.
- Amaterasu, a deusa do Sol no xintoísmo japonês, também é uma divindade solar, sendo uma das figuras mais veneradas em sua cultura, simbolizando a vida e o poder divino.
Sunna no Cotidiano Nórdico
Na sociedade nórdica antiga, Sunna tinha um papel importante, pois o Sol era crucial para a sobrevivência, especialmente em uma região com invernos rigorosos e longas noites escuras. O culto ao Sol e às forças da luz era uma parte fundamental das práticas religiosas, e Sunna era invocada em rituais para garantir boas colheitas, o retorno da primavera e o bem-estar geral.
O ciclo de luz e escuridão era extremamente significativo, e os antigos nórdicos celebravam festivais como o solstício de inverno, que marcava o retorno gradual da luz após os meses de escuridão. Esses festivais estavam frequentemente associados a Sunna, uma deusa cujo papel era assegurar que a luz sempre retornasse.
Conclusão
Sunna é a personificação do Sol na mitologia nórdica, uma deusa essencial para o equilíbrio do cosmos e a sobrevivência da vida na Terra. Sua presença garante o ciclo diurno, e ela é uma figura de renovação, energia e esperança. Apesar de ser perseguida pelo lobo Sköll, Sunna continua sua corrida pelo céu, simbolizando a eterna luta entre a luz e as forças destrutivas. Como outras divindades solares, Sunna é reverenciada por seu papel vital em sustentar a vida, trazendo calor e luz para o mundo.
Sunna continua a ser uma deusa respeitada e importante, representando não apenas o Sol físico, mas também a luz espiritual e a energia vital que permeia a existência.
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