Mani: O Deus da Lua

Mani: O Deus da Lua


Mani é o deus da Lua na mitologia nórdica e desempenha um papel vital no ciclo do cosmos. Ele é um dos filhos de Mundilfari, que também é o pai de Sunna, a deusa do Sol. Mani e sua irmã, Sunna, são responsáveis pelos ciclos diurnos e noturnos, mantendo o equilíbrio entre luz e escuridão no mundo.


### Origem de Mani

Mani é descrito como o deus da Lua que viaja pelo céu em uma carruagem, semelhante à sua irmã Sunna, que conduz o Sol. Mundilfari, seu pai, nomeou seus filhos em homenagem aos corpos celestes – Sunna para o Sol e Mani para a Lua – em um ato de orgulho que irritou os deuses. Em resposta, os deuses decidiram colocar seus filhos no céu, com Mani e Sunna assumindo suas respectivas funções na esfera celeste.


### O Ciclo Lunar e a Perseguição dos Lobos

Mani viaja pelo céu em uma carruagem puxada por dois cavalos, que são responsáveis por guiar a Lua em seu curso. A mitologia nórdica descreve que Mani é constantemente perseguido pelos lobos Sköll e Hati, que representam as forças destrutivas e ameaçam capturar a Lua. Sköll persegue Sunna, e Hati persegue Mani, simbolizando a luta eterna entre a luz e a escuridão.


Os eclipses lunares, na mitologia nórdica, são momentos em que Hati quase captura Mani, resultando na aparente ocultação da Lua. Esse ciclo de perseguição e captura é um tema central no mito do Ragnarök, o fim do mundo, quando acredita-se que Hati finalmente conseguirá capturar Mani, mergulhando o mundo em escuridão.


### Simbolismo de Mani

Mani, como deus da Lua, representa a noite, o mistério e o ciclo da Lua. Ele é associado com a mudança e o tempo, pois a Lua tem uma influência significativa sobre as marés e os ciclos naturais. A presença de Mani é vital para o equilíbrio do cosmos, pois ele contrabalança a luz do Sol e regula o ciclo do dia e da noite.


Sua constante perseguição por Hati simboliza a fragilidade da luz lunar e a constante ameaça de escuridão. No entanto, a persistência de Mani em sua jornada lunar também representa a resistência e a determinação em manter o equilíbrio natural, apesar das forças adversas.


### Mani nas Eddas

Mani é mencionado tanto na Edda Poética quanto na Edda em Prosa. Na Edda Poética, ele é descrito como o deus que guia a Lua pelo céu, enquanto na Edda em Prosa, Snorri Sturluson detalha a origem de Mani e sua relação com Sunna. A Gylfaginning, uma parte da Edda em Prosa, relata como Mani e Sunna foram designados para suas tarefas e como os deuses os colocaram no céu em resposta ao orgulho de Mundilfari.


Um trecho da Gylfaginning descreve Mani e sua irmã Sunna:


"O pai de Sól (o Sol) e Máni (a Lua) era chamado Mundilfari, e ele era tão orgulhoso de seus filhos que os chamou com o nome do Sol e da Lua. Os deuses ficaram ofendidos por sua arrogância e pegaram seus filhos e os colocaram no céu para guiar a carruagem do Sol e da Lua."


### Comparações com Outras Divindades Lunares

Mani pode ser comparado com outras divindades lunares em mitologias diferentes, tais como:


- Selene, na mitologia grega, e Luna, na mitologia romana, que também são deidades que personificam a Lua e têm funções semelhantes às de Mani.

- Tsukuyomi, na mitologia japonesa, é outra divindade lunar que compartilha algumas semelhanças com Mani, como a associação com a Lua e seu papel no ciclo noturno.


### Mani no Cotidiano Nórdico

A presença de Mani e o ciclo lunar eram importantes para os antigos nórdicos, que reconheciam a influência da Lua nas marés, na agricultura e na vida cotidiana. O ciclo lunar era usado para marcar o tempo e os eventos importantes, e a observação dos eclipses lunares era uma parte significativa das práticas culturais e religiosas.


Mani, como deus da Lua, desempenhava um papel crucial na manutenção do equilíbrio natural, garantindo que a luz da Lua estivesse sempre presente, mesmo que às vezes ofuscada pela sombra.


### Conclusão

Mani é uma figura central na mitologia nórdica como deus da Lua, responsável por guiar a Lua pelo céu e manter o equilíbrio entre a luz e a escuridão. Sua constante perseguição por Hati e a representação dos eclipses lunares são temas importantes na mitologia, simbolizando a luta entre a luz e as forças destrutivas. Mani representa a mudança, o mistério e o tempo, e sua presença é essencial para o equilíbrio cósmico e a regulação dos ciclos naturais.




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