A Origem do Óðrerir (Hidromel Mágico de Suttungr)

A Origem do Óðrerir (Hidromel de Mágico de Suttungr)


E Ægir disse: "De onde surgiu essa habilidade que tu chamas de poesia?"

Bragi respondeu: "A origem disso foi quando os Deuses estavam em guerra com o

povo chamado Vanir. Mas eles fizeram uma conferência de paz entre eles e

estabeleceram uma trégua então desse modo, eles foram a dois grupos até um vaso e

cuspiram sua saliva lá dentro. Mas quando se separaram então os Deuses guardaram e

não quiseram que o sinal de trégua se perdesse e criaram de fora dali um homem. Ele se

chamava Kvasir. Ele era tão sábio, que ninguém podia questiona-lo sobre qualquer coisa

que ele não pudesse responder.

Ele viajou amplamente pelo mundo para ensinar sabedoria aos homens, e então quando

ele chegou, a convite, ao lar de certos Dvergar, Fjalarr e Galarr, então eles o chamaram

para perto deles para conversar em particular e o mataram, deixaram o seu sangue correr

em dois vasos e um caldeirão; e que se chamava Óðrerir, enquanto os vasos se

chamavam Són e Boðn. Eles misturaram mel com sangue e criou daí o Hidromel que

qualquer um que bebesse se tornava um poeta e homem sábio. Os Dvergar contaram aos

Æsir, que Kvasir tinha sufocado na sua própria sabedoria, porque ninguém ali era tão

sábio, para lhe fazer questões de conhecimento.

Então esses Dvergar convidaram o Jötunn que era chamado Gillingr e sua esposa.

Então os Dvergar convidaram Gillingr para remar ao mar com eles. Mas quando eles

saíram da terra, os Dvergar remaram para as ondas de rebentação e o barco virou.

Gillingr não sabia nadar e morreu, enquanto os Dvergar levantaram o seu barco e

remaram até a terra. Eles contaram a esposa dele este evento, mas ela se sentiu mal e

chorava muito alto. Então Fjalarr perguntou a ela se ela seria confortada se ela olhasse

lá fora o mar onde ele tinha morrido, e ela desejou isso. Então ele falou com seu irmão

Galarr, que ele deveria ir subir em cima da porta, quando ela fosse para fora, e deixasse

uma pedra de moinho cair na cabeça dela, e disse que estava cansado do choro dela. E

assim ele fez.

Quando Suttungr, filho de Gillingr, soube disso, ele foi até lá e pegou os Dvergar e os

carregou para fora até o mar e os colocou então numa pedra, que seria submersa com a

maré alta. Eles imploraram a Suttungr por trégua e ofereceram a ele uma reconciliação

como pagamento por seu pai: o precioso Hidromel, e isso se tornou a reconciliação

entre eles. Suttungr carregou o Hidromel para o lar e guardou, no local chamado

Hnitbjörg, colocando ali sua filha Gunnlöð para vigiá-lo. Depois disso, nós chamamos a

poesia de "Sangue de Kvasir" ou "Bebida dos Dvergar" ou "Bebida" ou qualquer tipo de

líquido do "Óðrerir" ou "Boðn" ou "Són" ou "Barco dos Dvergar", porque inicialmente

esse Hidromel os salvou de perder a vida na pedra do mar, ou "Hidromel de Suttungr"

ou "Líquido do Hnitbjörg"."

Então Ægir disse: "Me parece obscuro chamar a poesia por estes nomes. Mas como os

Æsir conseguiram o Hidromel de Suttungr?"


Como Óðinn conseguiu o Óðrerir (Hidromel Mágico)


Bragi respondeu: "Essa saga começa assim, após Óðinn sair do lar e ter chegado ao

local onde nove escravos cortavam feno. Ele perguntou, se eles desejavam que ele

afiasse suas foices. Eles concordaram. Então ele pegou uma pedra de amolar do seu

cinto e afiou as foices, e parecia a eles que as foices cortavam muito melhor e pediram

para comprar a pedra de amolar, mas ele deu tanto valor, que quem fosse comprar, teria

que pagar consideravelmente. Mas todos disseram que queriam e pediram a ele que

vendesse, mas ele atirou a pedra de amolar para o alto. Mas como todos desejavam por

as mãos nisso, então eles se encontraram de tal modo, que cada um cortou o pescoço do

outro.

Óðinn procurou um quarto para passar a noite com esse Jötunn, que se chamava Baugi,

irmão de Suttungr. Baugi lamentou sua má situação financeira e disse, que seus nove

escravos tinham as cabeças decepadas, e falou que não sabia onde encontrar outros

trabalhadores. Mas Óðinn inicialmente se chamou Bölverkr. Ele se ofereceu para fazer o

trabalho dos nove homens para Baugi, mas estipulou que o pagamento seria um único

gole do Hidromel de Suttungr. Baugi disse não ter poder sobre o Hidromel, dizendo,

que Suttungr desejava tê-lo apenas para si próprio, mas ele disse que iria com Bölverkr,

e tentariam ver se eles conseguiriam o Hidromel.

Bölverkr fez, durante o verão, o trabalho dos nove homens que trabalhavam para

Baugi, mas no inverno ele pediu a Baugi seu pagamento. Então eles foram até Suttungr.

Baugi contou a Suttungr, seu irmão, sua barganha com Bölverkr, mas Suttungr negou

terminantemente mesmo uma gota do Hidromel. Então Bölverkr disse para Baugi, que

eles deveriam tentar algum truque, se caso eles pudessem obter o Hidromel, e Baugi

concordou com isso. Então Bölverkr puxou essa broca, que se chama Rati, e disse que

Baugi deveria perfurar a rocha, se a broca cortasse. Ele assim fez. Então Baugi disse que

a rocha estava perfurada, mas Bölverkr soprou o buraco perfurado pela broca, e lascas

voaram sobre ele. Então ele descobriu que Baugi queria enganá-lo, e mandou-o ir

perfurar a rocha. Baugi perfurou, mas quando Bölverkr soprou outra vez, então as lascas

voaram para dentro. Então Bölverkr se transformou na forma de serpente e deslizou

para dentro do buraco da broca, mas Baugi empurrou a broca atrás dele e ele errou.

Bölverkr foi até ali, onde Gunnlöð estava, e passou ali três noites ao lado dela, e então

ela permitiu que ele bebesse três goles do Hidromel. No primeiro gole ele bebeu todo o

Óðrerir, no segundo o Boðn, no terceiro o Són, e então ele tinha todo o Hidromel. Então

ele se transformou na forma de águia e voou impetuosamente.

Mas quando Suttungr viu a águia voando, ele tomou a forma de águia e voou atrás dele.

Mas quando os Æsir viram que Óðinn voava então eles colocaram para fora, no pátio,

seus recipientes, mas quando Óðinn chegou a Ásgarðr, então ele cuspiu do alto o

Hidromel nos recipientes, mas ele chegou tão perto de ser pego por Suttungr, que ele

deixou cair para trás algumas gotas do Hidromel, e isso não foi guardado. Qualquer um

poderia ter isso, se desejasse, e nós chamamos isso de "Porção do Poeta". Mas Óðinn

deu o Hidromel de Suttungr para os Æsir e para aqueles homens, que sabem compor

versos. Por isso nós chamamos a poesia de "Ganho de Óðinn" e "Achado" e "Sua

Bebida" e "Sua Dádiva" e "Bebida dos Æsir"."



O Skáldskaparmál ("Linguagem da Poesia") é a terceira parte da Edda em Prosa de
Snorri Sturluson de 1220 .

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